sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Janela

Somos amantes da vida saudável, mas acho que nossas semelhanças acabam aí. Bom, na verdade nem isso eu posso afirmar com o vigor que pretendia, pois o meu "saudável" é completamente distorcido por finais de semana regados à McDonald's e um doce de vez em quando. Preciso de um paladar adocicado pra suportar as amarguras afora, dessas eu estou cheio todos os dias.
Até que elas me ajudam e me impulsionam a sempre procurar um gostinho melhor, e valorizá-lo quando o encontro, e o encontrei num dia de sol esbanjando saúde e tudo que tem de melhor. Não digo só a beleza física, não que esta não tenha ajudado, confesso. Mas o sorriso simpático e o "oi" bastaram.
Controlo-me para não parecer ridículo passando debaixo da janela no primeiro andar umas sete vezes por dia, pensando que em pelo menos uma delas você apareça pra apreciar o céu. Ou não. Seria constrangedor.
Fico constrangido com o que na verdade? De correr atrás do que eu quero?
Então não, seria mágico encarar-lhe através do vidro e ver de novo seu belo rosto sorridente.
No caminho minha timidez ainda atrapalha, mas cada interrogação que você substitui por uma exclamação dentro de mim tem um gosto mais doce do que qualquer chocolate e é mais saudável do que qualquer passeio de bicicleta.
À noite quando se apaga a luz na janela, apaga-se também um pouco da esperança de naquele dia eu ouça sua voz, numa conversa irrelevante qualquer ou cantando enquanto dedilha o violão que com tanto carinho e dedicação você carrega.
Mas a esperança no amanhã ou depois ou semana que vem, essa continua forte em mim.

Minha maior preocupação é se a galera do térreo acha estranho eu andando pra lá e pra cá e...

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