quinta-feira, 27 de maio de 2010

Viagem sem volta

"... Mas, gradualmente, me pareceu que eu havia me convencido de uma coisa que não era verdade. Tinha me levado a acreditar que estava bem, feliz e realizada, sozinha, sem o amor de nenhuma outra pessoa. Para mim, estar apaixonada era como a China: sabia que existia, que sem dúvida devia ser muito interessante e que algumas pessoas iam até lá, mas eu nunca iria. Eu passaria toda a minha vida sem jamais ir à China, mas isso não teria importância porque havia o resto do mundo para visitar.
..."
trecho de 'A Luneta Âmbar' de Philip Pullman.

Li isso hoje e tipo, me identifiquei master.
Ainda faltam umas 80 páginas pra terminar de ler finalmente essa trilogia. Até que tô curtindo, maior piração essa história, bem diferente do sentimento que o filme me passou.
E vocês: já assistiram 'A Bússola de Ouro'? Já leram os livros? Curtiram?

sábado, 15 de maio de 2010

(In)Complexidade

Verde com verde,
canto com canto.
E que grande encanto
me traz um quebra-cabeça.
Muitas voltas e curvas
que perfeitamente se encaixam
como poucas coisas na vida.

Perfeito assim
só um filho no colo da mãe
ou, por poucos segundos,
aquele beija-flor dançando no jardim
em harmonia com toda a flora
ou ainda
um abraço carinhoso
de uma amizade verdadeira.
Todos esses momentos que
dispensam a verbalização
do sentimento
daquele singelo momento,
preciosos segundos
que valem por dias
anos, décadas e séculos.

Um século...
Mas nem é preciso tanto tempo
pra se montar um quebra cabeça, pois
sua complexidade se constrói
nos mínimos detalhes
pessoais e intransferíveis
selados por uma gota salgada,
ou várias,
ou uma gargalhada
ou uma risada abafada.

Sons, cheiros e cores
montando o quebra-cabeça
mais memorável
que compõe uma alma
e completam o espírito.
Ou seja, ele está incompleto
e se falta uma peça
aquela obra complexa
nunca será a mesma.
 
PS: Uma festa regada a Red Label e Dark Dog rendeu isso.
PS2: Nem era pra ser um poema com rimas e métricas, só decidi escrever assim.
PS3: Se o blog não chamasse "soprando bolhas" seria algo relacionado a quebra-cabeça.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

My Day

Um dia. Vinte e quatro horas repletas daquele sentimento super mágico, único e especial. Todas elas, cada momento e cada pensamento todos para mim, pois aquele era meu dia. O único dia que eu podia ter tudo e tive tudo. Quase tudo, na verdade, mas bem próximo do tudo eu cheguei.
Incrível, pois ao mesmo tempo senti que não tinha nada. Nenhuma baboseira dessas, não era nada demais, era só um dia como qualquer outro. A rotina foi a mesma para todas as outras pessoas e teria sido a mesma para mim também. Só mudaria alguns instantes ao telefone ou respondendo recados no orkut e no twitter. Todos adoráveis, alguns mais pessoais e mais repleto de significado que outros. Esse é o problema de uma rede social expor a sua data de aniversário pra meio mundo.
O sentimento de ser lembrado e amado existia. Mas em mim ainda faltava algo. Não ajudou em nada ter passado 80% do dia enjoado e com dor de cabeça, mas a dor física era pouca nem tanto, vai se comparada ao que meu coração sentia.

O vazio.

Tudo era frio como o dia lá fora. Mas fala sério, o que eu tava pensando? Eu não sou assim. Será que isso é algo que vem com a idade? Afinal não é todo dia que se faz vinte. Vinte anos, deixei de ser um "teen".
Aqui dentro sinto e posso afirmar que nunca deixei nem de ser aquela criança sorridente e inocente, apesar do corpo e de uma parte de mim terem mudado completamente. Mas a criança ainda existe com a força de uma tsunami, pois ela deixou a dor de lado e recebeu finalmente uma alegria genuína: o calor humano de um abraço amigo.
E depois melhor, descobri o que finalmente faltava no meu dia: aquele parabéns, daquela pessoa. Adorei todos que recebi, de coração, mas o coração não mente e sinceramente se animou com aquelas palavras que o dia todo aguardou. Era para terem sido as primeiras, mas foram as últimas e meu dia acabou com chave de ouro. Diamante. Não. Uma jóia ainda mais rara e valiosa: a amizade.

"...
This is my day
And I wanted you to know
This is my day
And I’m gonna be okay
..."

My Day - Blue Foundation

domingo, 9 de maio de 2010

Oh happy day!

"...
You would not understand a dream
If love means everything burns
..."
t.A.T.u. - 220

Feliz dia das Mães pra todas as mães da minha vida: a minha biológica, a minha madrinha, minhas tias, as mães dos amigos e amigas que eu super considero também! Sintam-se todas devidamente abraçadas e homenageadas nesse dia.
Não vou escrever um textinho EMOcionante aqui porque minha criatividade se esvaiu toda no vídeo que fiz pra minha mãe. Aliás, me superei porque na quinta-feira ela recebeu presente na facul, por ser a mais velha da turma e talz o pessoal lá adora ela, depois sexta os funcionários do HC também deram presente e mesmo assim hoje, às 5:30 da matina, ela se debulhou horrorosamente em lágrimas em um vídeo de 3 minutos que eu fiz.
HIHI.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

De Netuno, com amor

"Nunca contei isso pra ninguém, mas sou um alien apesar da minha aparência enganar.
Vim de muito longe para este planeta na intenção de encontrar um bom lugar para viver. Onde eu vivia antes era escuro e solitário.
Quando cheguei, muitas informações estranhas bombardearam meu cérebro (é, eu também possuo um, um pouco mais desenvolvido, mas quase a mesma coisa). Um tal muro que tinha caído, o fim de uma guerra fria. Pareciam ser coisas importantes, mas na época eu não consegui processar muita coisa e não assimilei nada disso, ainda não estava habituado aos costumes nem a língua deste mundo.
O tempo foi passando, eu fui me adaptando a isto que chamam de Terra e a tudo que há nela. Bom, quase tudo na verdade.
Com plantas, animais, com os elementos da natureza, a estes eu me adaptei. Sentimentos, eu não fazia ideia do que fossem, mas consegui desenvolve-los razoavelmente bem. Acompanhei um pouco a evolução da tecnologia humana terrestre, o que me impressionou nesses quase 20 anos. Acabei ficando quase dependente dela.
Uma coisa que eu estou me adaptando ainda são os habitantes que dominam o planeta. Sou tão parecido com eles, mas ao mesmo tempo tão diferente.
Pergunto-me frequentemente como é possível. Eles são capazes de complexas relações entre si, as quais tentei compreender com o (pouco) domínio que tenho sobre os sentimentos. Eles parecem depositar a felicidade e a tristeza no outro, algo que parece tão íntimo. Bom, até aí eu compreendi, apesar de um pouco confuso, mas quando surgiu o respeito, amizade, amor, confiança... meu cérebro quase parou. São lindos de se ver, só que as vezes são substituídos por ódio, falsidade e outras coisas ruins que pra mim são quase inadmissíveis.
É intrigante quando um surge no lugar do outro ou, ainda mais, quando existem mutuamente (pensando bem, o cérebro desses humanos é tão desenvolvido quanto o meu, mas de diferentes maneiras).
Pra não ficar completamente perdido no convívio dos (poucos) humanos que eu sou mais próximo, quis revelar minha verdadeira identidade. Não sabia se entenderiam e como reagiriam em meio a sua complexa rede de sentimentos por mim. Mas achei importante, pois pelo que soube a amizade é baseada na verdade e se depois ela desaparecesse é porque nunca tinha sido real.
Pra alguns eu contei, mas além da supresa e choque inicial (outros nem tanto) provaram sua lealdade e continuaram ao meu lado. Maior ainda foi o meu choque quando outras pessoas revelaram pra mim que também vieram de outros planetas, galáxias e universos. Com estes está sendo muito mais fácil desenvolver relações, mas o carinho meu para com todos os humanos é igual, pena que nem sempre é recíproco.
Muitas vezes durante o meu crescimento aqui enfrentei diversas provas que me foram impostas devido à minha condição. Minhas mínimas diferenças de alguns deles os incomodavam e eles faziam de tudo para me repelir ou prejudicar. Não me permiti ser afetado por nada disso, apesar de ter sido muito difícil algumas vezes. Os humanos incrívelmente valorizam coisas que me parecem tão superficiais e talvez até desnecessárias, por outro lado ignoram qualidades impecáveis. Não digo que eu possuia/possuo uma ou outra, mas minha tragetória me ensinou diversas coisas.
Obviamente eu acabei sendo influenciado e cometi também "erros humanos". Foi inevitável e tenho a certeza que ainda cometerei mais alguns, pois a jornada que me espera pela frente ainda é grande. Tento cada dia mais me adaptar, mas seria de grande ajuda contar com a colaboração humana. O que me preocupa e me faz acreditar que não poderei contar com ela é o estado atual do planeta. Se o pessoal aqui não cuida nem do que lhes é vital, o que esperar que façam com o que simplesmente não os agradam?
Claro que existem as excessões nas quais eu deposito minha fé: todos aqueles que possuem uma visão mais universal do que é 'ser humano', uma visão menos egoísta e ignorante."

sábado, 1 de maio de 2010

Meu MELHOR papel

E eras depois voltarei a falar dos meus trabalhos na facul. Bom, estamos agora em agosto de 2008 e depois do primeiro semestre eu já me sentia mais confiante e queria ousar mais nas produções. E pra ajudar começamos a ter aula de adaptações históricas! Uma matéria e tanto pra quem gosta de épicos. Nosso próxio curta estaria bem longe disso.
E quem manjava muito de história e não podia deixar essa passar? A Bruna. Ela teve a idéia de adaptar pra um curta um pouco do que foi a época da inquisição. A idéia original, o argumento e até o roteiro em si ficaram ótimos e com um final muito bom, surpreendente. Mas aí começou a correria. Escolher atores, locações, figurinos, os objetos e tudo mais que ajudasse a remeter à época da inquisição. Pois bem, a Bruna agora provava que sua direção de arte realmente era muito boa e com a ajuda do pessoal fez um trabalho memorável.
"E aí, a Mariana vai ser a Bruxa, a Fer pode ser a filha dela. Precisamos de um padre..."
É, Deus me deu essa carinha redonda e inocente pra isso mesmo. Eu fui escalado como padre. Até então eles não sabiam de um pequeno defeito meu (que contarei daqui a pouco).
O estúdio Kaiser foi uma escolha geral do pessoal, lá tinha um clima macabro que era mais ou menos o que a gente queria passar. A camera ainda era um problema, não queríamos repetir o feito que foi filmar o "Luxúria" com VHS e arrumamos uma digital um pouco mais power. Não muito. Mas era o que tínhamos. Aliás, parabéns pro Cardoso Jr. que sem tripé até que conseguiu não tremer muito durante os planos.
Pra ser sincero não lembro de muito mais, mas o dia da gravação em si foi inesquecível. Fui de busão pro estúdio, no caminho fui decorando ou não as falas. Chegamos lá morrendo de medo (eu, pelo menos) de levar um safanão. Sei lá, parecia que a gente tava fazendo coisa errada. Hihi. fomos procurar bons locais pra filmar, arrumamos e depois fomos nos arrumar. Figurino e maquiagem (inclusive em mim, porque claro, bem naquele dia resolve nascer uma espinha muy amiga no meio da testa). Até que ficamos convincentes, paramos pra tirar fotinhas (pra capa, poster e por diversão) e do nada, assim DE REPENTE surge um velhinho.
o.o
Infartamos todos. Mas ele era um tio aí do meio cinematográfico, viu que a gente ia filmar e foi lá tirar umas fotos. Tirou 50 milhões de fotos. Só das meninas. É, dó da Má, da Téf, da Fer e da Bruna.
Filmamos incansavelmente o dia todo. Levamos muito mais tempo do que o esperado e tudo isso por que? Porque a anta do padre não decorava de jeito nenhum as falas! E pra piorar travava assim que a camera apontava pra ele. Odeio falar em terceira pessoa, mas ai, esse padre foi tão idiota que eu me desapeguei dele. O mais incrivel: no ensaio ele era o ser mais maligno do mundo, como deveria ser de acordo com o roteiro, mas era só ligar a camera e... e... e... eu travava. Pobre Fer que ficou lá horas segurando a forca com um modelito sãper sexy. Por falar nela, as cenas dela ficaram ótimas como menina cega (quando exibimos o filme, todo mundo perguntou "Fer, por que você fica olhando pro nada?" "PORQUE EU ERA CEGA!" hehe).

AAAAAAAAAAAAAAAAAAHHH
Eu já tava esquecendo a coisa mais épica desse curta. Fomos filmar o inicio, da freira Bruna indo conversar desesperada com o Padre.
CJ- "Vem correndo, faz um drama e grita pelo padre. GRAVANDO"
*Bruna vem correndo e... CAI escada abaixo. Todos atônitos olhando. João continua a cena.*
xD
Mas não aconteceu nada grave, eram só 4 ou 5 degraus.
Enfim, foi um dia cansativo, traumatizante, mas serviu pra gente aprender que fazer um curta exige sacrifícios e não é só festa e alegria (a não ser que você esteja gravando "TPM", mas isso é mais pra frente).
Pouco tempo depois era o dia da apresentação, não foi grandiosa como a sessão pipoca e desde quando essa coisa é grandiosa?, mas deu orgulho de ver que deu tempo de editar. Aliás, foi aí que aprendi que a edição faz milagres. Ainda mais na mão de um milagreiro. Lucas, mais conhecido como Pinda. Fez uma intro mó massa.
O curta em si é cheio de pequenos defeitos, tipo a freira que usa allstar, uma igreja com só 5 fiéis um deles o próprio carrasco, etc. Mas ahn, outras coisas chamam atenção e aqui fica o meu espanto: Elogiaram loucamente minha atuação. É, pasmem. Ok, nem foi tanto assim, mas já é muito mais do que eu merecia. Eu quase acreditei. Só que (futuramente vocês vão entender porque) minha carreira como ator foi por água abaixo depois disso. Já a da Má, a incrível bruxa esperta e levada, só cresceu e arrecadou muitos curtas no currículo. (A da Bruna e da Téf eu nem comento que já é covardia.)

Assim meu círculo de amizades começou a crescer e ficar cada vez mais forte. Eu não tinha idéia que, bem ou mal, estaria agora conectado de um jeito muito forte com cada uma dessas pessoas. E a maioria delas só tenho a agradecer.

Pra não perder o costume, a frase que marcou o curta foi, de longe:
"Porra Grande Mãe!"
(juro que é coincidencia terem palavrões nas frases)

Próximo: Um final de semana muito louco cheio de altas armações em Serra Azul.
Narrador da Sessão da Tarde sobre "A Correnteza".

PS: Não vou falar mais porque o post já tá enorme... mas se a equipe comentar aí, pode ajudar a lembrar mais acontecimentos fatídicos durante a produção desse curta ;D